AUTÁRQUICAS 2023
CNE acusa partidos políticos de dificultarem o decurso normal do recenseamento eleitoral na província de Nampula

· Renamo diz que protagonista do filme arrolado pela CNE é a Frelimo que quer ganhar as eleições a todo custo;
· Frelimo distancia-se e diz que os partidos problemáticos são a Renamo e o MDM;
· com todo barulho à volta, apenas oito porcentos de eleitores foram inscritos na primeira semana em Nampula.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) em Nampula acusa os partidos políticos de estarem a dificultar o decurso normal do recenseamento eleitoral em todos os oito distritos municipais da província.
A acusação é do respectivo Presidente, Daniel Ramos, que convocou a imprensa para avaliar o recenseamento eleitoral, nos primeiros seis dias do processo. A fonte informou que os partidos políticos um pouco por toda a província têm vindo a protagonizar actos que vão contra a sua obrigação.
Segundo a CNE, apesar de terem sido credenciados os mandatários eleitorais que constituem o elo de ligação entre os partidos políticos e os órgãos eleitorais, incluindo fiscais que estão afectos junto de todos postos de recenseamento, a instituição tem vindo a constatar alegadas interferências, por parte de outros membros de partidos que vão aos postos para criarem agitação, dificultando, deste modo, todo o processo.
“Estamos a notar dirigentes de certos partidos políticos que vão para os locais de recenseamento eleitoral, provocam confusão e saem. Nesses postos quando os brigadistas ficam só estão a gerir conflitos nas filas em vez de recensear pessoas”.
Para além da confusão, Daniel Ramos disse que os políticos quando se deslocam aos postos de recenseamento procedem à recolha de cartões dos eleitores inscritos e depois divulgam nas redes sociais sem consentimento das entidades competentes.
“Os mandatário e os fiscais dos partidos não têm o dever de ir organizar as bichas, não têm o dever de discutir com os brigadistas, o dever que o mandatário tem é de conseguir identificar um problema em local de recenseamento e reportar aos orgãos eleitorais para nós irmos corrigir. Mas temos vindo a receber telefonemas a dizer que as brigadas foram barradas e interrompidas de recensear, o que é o acto não bom”, queixa-se Ramos apelando a mudança de atitude por parte dos partidos políticos.
O mandatário da RENAMO, Ossufo Ulane, demarca-se e diz que todos os factos arrolados pelos órgãos eleitorais são protagonizados pela FRELIMO que quer a todo custo ganhar as eleições.
“Se há o principal perturbador deste processo é a FRELIMO, porque a FRELIMO não estava preparada em ver um processo de recenseamento eleitoral fiscalizado de forma serena. Eles recolhem bilhetes e elaboram listas para fazerem o recenseamento, indivíduos que eles acham que são os seus membros, transportam pessoas de fora para cá e nós quando descobrimos levamos a Polícia, isso incomoda”,disse Ulane, que diz ter sido detido na última terça-feira e restituído em liberdade duas horas depois, por desmantelar um grupo de 10 cidadãos que saiam do distrito de Alto-Molocué, na Zambézia, com finalidade de recensear na cidade de Nampula.
Por sua vez, Isac Jamal, Oficial de Comunicação do Partido FRELIMO em Nampula, também distancia-se. “Como sabe, aqui em Nampula os grandes contentores dos problemas são a RENAMO e o MDM. A FRELIMO distancia-se, porque a nossa posição é de que este processo tem de ser cívico e ordeiro”-, disse.
Recorde-se que a província de Nampula prevê recensear cerca de um milhão e 476 mil eleitores e conta com pouco mais de 456 postos de recenseamento ao nível de todos os oito municípios da província de Nampula.
Desde o início do processo, no passado dia 20 do mês em curso, a província de Nampula registou um universo de 24.800 potenciais eleitores. Entretanto, os órgãos eleitorais assumem que o trabalho decorre com várias dificuldades, destacando a falta de domínio dos equipamentos por parte dos brigadistas e avarias das máquinas, mas garante que estes problemas não vão comprometer as metas.
“O nosso desafio é acelerarmos o processo de recenseamento e isso significa aumentarmos a supervisão. Vamos fazer a supervisão do recenseamento principalmente nas cidades de Nampula e Nacala. Constatamos que as nossas máquinas têm alguns problemas, há momento que os cartões saem sem assinaturas porque, por outro lado, os seus utentes não sabem assinar, e os partidos sempre dizem que estes não vão votar, isso não é verdade esses vão votar, porque os nomes estão nos cadernos eleitorais”, disse Daniel Ramos, Presidente da Comissão Provincial de Eleições de Nampula.
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