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Comunidade académica revoltada com taxas abusivas para graduação no Instituto Politécnico Boa Esperança em Nampula

Os estudantes do Instituto Politécnico Boa Esperança em Nampula, vocacionado na formação profissional em Saúde em Nampula estão sendo forçados a desembolsar a quantia de dez mil meticais, valor necessário para obter a graduação obrigatória. Essa situação tem gerado desconforto na comunidade académica, que engloba pais e/ou pais encarregados de educação, os quais não conseguem compreender os motivos que levaram a essa determinação.
Não há informações precisas sobre como será usado o montante, porém especula-se que será destinado à compra da roupa de graduação, diploma e certificado. O último documento não foi emitido pelo instituto, mesmo após um ano da conclusão dos alunos.
Uma questão alarmante é o facto de os responsáveis pelos estudantes reclamarem sobre a cobrança das mensalidades mesmo após a conclusão do curso, deixando-os com a impressão de que a instituição está mais interessada no dinheiro do que em formar profissionais de saúde.
“Nossos filhos, que já concluíram o curso e completam o estágio, continuam integralmente a ser exigidos para o pagamento de propinas. Estão-nos a solicitar a quantia de dez mil meticais para obter um certificado. Surge então a questão: a graduação não é obrigatória, posso concluir o curso, obter meu certificado e ingressar no mercado de trabalho, mas estão me obrigando a graduar. Aqueles que não pagam os dez mil não recebem o certificado. Como é possível ser forçado a se graduar?”, questionou uma mãe responsável pela educação, buscando desabafar sua insatisfação e citando exemplos de renomadas universidades internacionais que nunca impuseram tal obrigatoriedade aos alunos.
Um pai entrevistado por nossa equipe afirmou que considera a situação uma verdadeira fraude, pois o valor cobrado é muito alto.
Com o intuito de exercer pressão, um grupo de alunos se viu forçado a se rebelar naquela instituição de ensino técnico profissional, para exigir que a direcção autorizasse a disponibilidade dos certificados de conclusão de curso. Contudo, apesar de permanecerem no local até tarde, por volta das 22 horas, não houve nenhuma resposta positiva por parte da direcção.
“O Instituto Boa Esperança enfrenta uma situação complicada, os alunos estão tendo obrigados a pernoitar nas salas da instituição para cobrar a emissão dos seus certificados, que não são emitidos desde o ano passado”
Um pai entrou em contacto com a nossa reportagem para relatar que seu filho “foi até lá para [Instituto Boa Esperança] solicitar o certificado e, até as 22 horas, nada havia sido resolvido. Suponhamos que neste ano ocorram concursos, portanto, os alunos formados no Instituto Boa Esperança não poderão participar, uma vez que os certificados ainda não foram emitidos e estão sendo negados”, denunciou.
Alguns alunos entrevistados manifestam descontentamento por terem optado pelo Instituto Boa Esperança para seus estudos.
“Até o momento, não compreendemos a razão pela qual nos é cobrado esse valor, visto que o dinheiro pode não ser um problema. O conflito surge quando a instituição não atende aos interesses dos estudantes. Eles cobram dinheiro, mas não fornecem os certificados. Por exemplo, estou sem o meu certificado desde o ano passado, pois, antes de concluir o estágio, pediram-me para efectuar o pagamento e garantiram que receberia o certificado. Desembolsei 7.000 meticais na altura e, este ano, tive que adicionar mais 3.000 meticais, totalizando 10 mil meticais. No entanto, até agora, não obtive nenhum sinal satisfatório”, lamentou uma estudante finalista do curso de enfermagem.
Nossa solicitação de entrevista não foi atendida pela direcção do Instituto Boa Esperança, que solicitou uma credencial específica para o acesso. Curiosamente, todos os jornalistas do jornal o Rigor possuem as credenciais necessárias, o que pode indicar uma certa falta de vontade em fornecer informações. Mesmo assim, permanecemos interessados em ouvir a perspectiva do Instituto Boa Esperança. Elina Eciate
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