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Nampula sem medicamentos para tratar sarna

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As farmácias dos hospitais públicos da província de Nampula, norte de Moçambique, não dispõem de medicamentos para o tratamento da sarna, uma doença transmissível doença que tem vindo a aumentar nos últimos dois anos.

A situação preocupa vários cidadãos, sobretudo os pacientes, que diariamente veem o seu estado de saúde aficar cada vez mais debilitado, devido a falta de condições financeiras para compra de hexacloreto de benzeno, medicamento que combate a doença, a ser vendido nas farmácias privadas a preços variam entre 160 a 400 meticais dependendo da qualidade. No Centro de Saúde de Namicopo, por exemplo, a reportagem do Jornal Rigor conversou com Ana Zavir, mãe de quatro filhos, e residente no bairro de Carrupeia. O seu filho de sete anos foi diagnosticado sarna, mas não conseguiu adquirir medicamentos na farmácia local, porque não tinha, e o único recurso só tinha de ser a uma privada. “Quando cheguei na farmácia o técnico que me atendeu disse que não há medicamento para a doença, e recomendou-me a farmácias privadas, e fiquei a saber que normalmente custa 400 meticais, sendo há farmácias com preços um pouco baixo”, disse.

Gildo Marcelino, jovem de 23 anos de idade, tem sarna desde finais do mês de janeiro e já foi ao hospital público por duas vezes, mas, segundo conta, nunca teve acesso aos medicamentos nas farmácias, desprovido de dinheiro, e como forma de aliviar a sua dor tem recorrido a óleo de travão, alternativa que diz usar por recomendação do seu vizinho.

Araujo Zacarias, um jovem de seus 18 anos de idade, também padece da doença. Ele conta que não tem sido fácil conviver com a doença, devido aos efeitos decorrentes, e para piorar mais há falta de medicamentos, facto que faz com que continue a não tratar a enfermidade. “Quando anoitece não consigo dormir, as brulhas provocam-me muita comichão. Estamos a pedir o governo para resolver este problema, porque isso afecta muito mais a nós que não dispomos de condições para recorrer as farmácias privadas”, apelou.

Um farmacêutico afecto ao Centro de Saúde de Namicopo, que preferiu anonimato, confirmou que a unidade sanitária não dispõe de medicamentos que curam a sarna há bastante tempo, e disse que têm aconselhado aos pacientes, sempre que são diagnosticados a doença, a recorrerem as farmácias privadas. Entretanto, embora diz ser do conhecimento do sector, não sabe para quando será ultrapassado o problema.

Ao nosso jornal, a médica Chefe Provincial, Selma Xavier, admitiu a falta de pomadas e outros medicamentos que tratam a sarna nos depósitos hospitalares, mas diz terem reportado ao Ministério da Saúde. “Na verdade, não temos medicamentos para o tratamento da sarna, porquê já não registávamos esta doença desde 2018, e com os casos que estamos a registar agora já comunicamos ao ministério, e esta a fazer a compra, e estamos aguardando a qualquer momento”, disse a responsável. De acordo com Selma Xavier, os distritos de Nampula e Ilha de Moçambique são os que mais casos da doença apresentam, embora não tenha quantos casos existem a nível destes e na província em geral.

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