MUHIKOTHIHE
O movimento “povo no poder” e o comportamento condicionado

Desde que o jovem angolano conhecido nas redes sociais por Gangster convocou uma manifestação pacífica, na qual os seus concidadãos deviam contradizer o comportamento violento das autoridades governamentais (por meio da Polícia Republicana), ficando em casa e reflectirem sobre o actual estágio da nação, que se diz ter sido muito sucedida, percebi o quão a Psicologia não pode ser uma área de conhecimento qualquer, ela dispõe de muitos poderes de dissuasão.
Com este fenómeno lembrei que a Psicologia pode ser instrumento de governação.
Essa percepção aparece associada a sugestão, que a atitude de manifestar em casa despertou no seio de alguns actores sociais e políticos em Moçambique, que experimentaram adoptar a mesma estratégia como método alternativo para a continuidade do movimento “Povo no poder”.
Portanto, quer os jovens angolanos, assim como os moçambicanos, que preferiram marchar a partir das suas varandas tem uma explicação científica, não é um mero senso comum.
Sim, é isso mesmo. Nas teorias clássicas de aprendizagem tem uma abordagem antecedente da teoria comportamentalista de Joh Watson (Behaviorismo Clássico). Essa abordagem se refere a teoria de condicionamento clássico de Ivan Pavlov, um biólogo russo o qual descobriu que o comportamento pode ser condicionado a partir de estímulos recompensadores ou punitivos.
Portanto, “à medida que um sujeito se comporta de uma maneira determinada for recompensado com um elogio, tem maior probabilidade de voltar a comportar-se da mesma forma nos próximos eventos, mesmo que não lhe deia uma recompensa ou uma punição” (Pavlov). É o que me parece estar a acontecer no seio dos jovens angolanos e moçambicanos foram condicionados, para desenvolverem o medo.
É estranho que a mamã Graça se desdobre em palestras, para mobilizar os jovens que lutem contra o medo. Acho que ela não tem domínio da Psicologia clássica, não sabe que eles estão definitivamente traumatizados. A arma e a pólvora nunca foram instrumentos de negociação pacífica.
Este condicionamento funciona mesmo na selva, não importa o tamanho, basta que alguns animais escutarem o ladrar de um cão se põem em corridas olímpicas, os que aguentam subir (como o caso dos macacos) vão ao topo das árvores e ficam vigiando, para ver de que lado vem o cão (mesmo não sendo de raça), porque viveram o trauma dos cães e ficaram condicionados.
Então, não venham nos mobilizar para lutar contra o medo, não é nossa vontade, estamos condicionados. Muhikothihe.
-
SOCIEDADE2 anos atrás
Cresce o número de escolas e professores que leccionam o ensino Bilíngue em Nampula
-
DESTAQUE11 meses atrás
Arcénio Cuco: “Ossufo Momade parece ter se inspirado na estratégia de Dhlakama para se manter no poder”
-
DESPORTO11 meses atrás
Apoio da ACD impulsiona projectos visionários de Cecília Guambe
-
DESTAQUE8 meses atrás
Clima de guerra: RENAMO anuncia confronto com FRELIMO em Nampula
-
DESTAQUE10 meses atrás
Wilker Dias: “É desafiador imaginar uma democracia forte com uma oposição fragilizada”
-
DESTAQUE9 meses atrás
Domingos Zaqueu prevê impacto negativo no orçamento familiar com nova política do banco central
-
DESTAQUE12 meses atrás
Marchal Manufredo sobre Cabo Delgado: “É possível pôr fim aos confrontos sem recorrer a armas, sem perdas de vidas…”
-
DESTAQUE8 meses atrás
Daniel Chapo apresenta Eduardo Abdula como candidato a Governador de Nampula